Vendas nos shoppings ficam aquém das expectativas, apesar do cenário econômico favorável
Mesmo com a economia brasileira em alta, com alta taxa de emprego e inflação controlada, as vendas nos shoppings não têm atingido as expectativas. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai, as vendas estão estagnadas, o que é considerado incomum diante do contexto econômico positivo.
Em maio, as vendas nos shoppings registraram um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, porém o tíquete médio de compra teve uma queda de 6%. No acumulado de janeiro a maio, houve uma diminuição de 0,4% nas vendas, conforme dados da Abrasce.
Apesar da estabilidade na ocupação dos shoppings e na inadimplência dos lojistas, as vendas continuam abaixo do esperado. Algumas empresas, como Multiplan, Iguatemi e Allos, que possuem shoppings em áreas centrais com um público de maior poder aquisitivo, apresentaram crescimento nas vendas.
Dentre as razões apontadas para o baixo desempenho das vendas estão o elevado endividamento das famílias, que impacta o poder de compra, e a alta taxa de juros, que encarece as compras parceladas. O presidente da Abrasce descarta a influência das apostas esportivas online como um fator de queda nas vendas, principalmente porque esse mercado afeta mais os consumidores de baixa renda.
As perspectivas para o segundo semestre são incertas, com a expectativa de uma reação nas vendas devido ao aquecimento do mercado de trabalho e a melhora nas condições financeiras dos consumidores. Contudo, incertezas fiscais e políticas, como as eleições municipais, podem impactar negativamente o setor. Inicialmente, a Abrasce previa um crescimento nominal de 4% nas vendas do setor para 2024, mas, devido ao desempenho aquém do esperado até maio, uma revisão para baixo está sendo considerada.