O deputado federal Alexandre Ramagem, do PL-RJ, foi ouvido pela Polícia Federal do Rio de Janeiro por mais de seis horas como parte das investigações relacionadas à suposta “Abin paralela” durante a gestão de Jair Bolsonaro. Ramagem, que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no período de 2019 a 2022, é investigado pelo uso da estrutura da Abin para monitorar adversários políticos, magistrados e jornalistas.
Durante o depoimento, Ramagem não se pronunciou para a imprensa. A investigação descobriu um áudio, supostamente gravado por Ramagem em uma reunião com Bolsonaro em 2020, onde se discutiu formas de prejudicar investigações envolvendo Flávio Bolsonaro. No áudio, Ramagem teria sugerido a abertura de procedimentos administrativos contra auditores da Receita Federal para interromper a investigação.
Além de Ramagem, outras pessoas devem ser ouvidas no caso. Recentemente, uma operação resultou na prisão de agentes ligados a Ramagem durante sua gestão na Abin, incluindo policiais federais, militares cedidos para a agência e influenciadores digitais associados ao “gabinete do ódio”. A operação foi realizada em várias cidades do Brasil, com mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).