O dólar à vista fechou em alta de mais de 1% em relação ao real nesta quarta-feira, se aproximando novamente da marca de 5,50 reais. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento do iene no mercado internacional e pelas preocupações em relação à política fiscal do governo Lula.
No final do dia, o dólar à vista foi cotado a 5,4850 reais na venda, com uma valorização de 1,03%. No acumulado de julho, a moeda norte-americana apresenta queda de 1,89%. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento também registrou alta, subindo 1,05% e sendo negociado a 5,491 reais na venda.
O avanço do iene afetou as operações de carry trade em todo o mundo, incluindo aquelas realizadas com o real. O carry trade é a prática de investidores tomarem recursos no exterior a taxas de juros baixas e reinvestirem em países com taxas de juros mais elevadas, como o Brasil. Com a valorização do iene, os investidores tendem a desfazer essas posições, pressionando as cotações do real.
Além do cenário externo, a entrevista do presidente Lula à TV Record na noite de terça-feira também contribuiu para a valorização do dólar em relação ao real. Os comentários de Lula sobre a possibilidade de não cumprimento da meta fiscal e a necessidade de cortar despesas geraram preocupações sobre o equilíbrio fiscal do governo.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou posteriormente que Lula mantém um compromisso fiscal inegociável e orientou medidas para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal. No mercado global de moedas, o dólar apresentou alta frente a algumas divisas, mas caiu em relação a outras moedas fortes, influenciado principalmente pelo fortalecimento do iene.
Durante a tarde, o Banco Central realizou um leilão de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de contratos em setembro de 2024. A movimentação do mercado cambial reflete a sensibilidade dos investidores a eventos internos e externos, contribuindo para a volatilidade das cotações do dólar em relação ao real.