Na terça-feira, 16, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), concedeu uma entrevista ao Jornal da Record com o objetivo de se aproximar do eleitorado evangélico, que atualmente desaprova sua gestão em 52%. Lula adotou uma estratégia focada na agenda socioeconômica de seu governo para estabelecer conexões com os evangélicos, diferenciando-se da abordagem em pautas de costumes adotada por seu antecessor, Jair Bolsonaro. Durante a entrevista, Lula destacou conquistas econômicas e sociais de seu mandato, como o reajuste da merenda escolar e a valorização do salário mínimo, salientando a importância do crescimento do país em detrimento das demandas do mercado.
A tentativa de Lula em conquistar a simpatia dos evangélicos pertencentes à classe C, um segmento significativo do eleitorado brasileiro, é estratégica. Contudo, especialistas apontam que a percepção da população de baixa renda em relação à situação econômica do país nem sempre coincide com a visão otimista do ex-presidente. Além disso, obstáculos como a atuação passada do PT e a resistência à primeira-dama Janja da Silva, que segue uma religião diferente do protestantismo, podem dificultar a aproximação de Lula com os evangélicos.
Apesar das diferenças ideológicas, Lula busca estabelecer comunicação com os evangélicos enfatizando valores como família, bem-estar e solidariedade, além de reforçar sua crença em Deus. Sua estratégia inclui acenos por meio de propostas econômicas e sociais, numa tentativa de conquistar a confiança desse segmento do eleitorado de maneira eficaz.