América do Sul se destaca no combate à fome global, segundo especialista da FAO
De acordo com o economista-chefe da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Maximo Torero, a América do Sul tem se destacado no combate à fome global. Isso se deve aos programas de proteção social e transferência de renda altamente desenvolvidos na região, que têm contribuído significativamente para a redução dos níveis de insegurança alimentar.
Torero enfatiza que países como o Brasil têm desempenhado um papel crucial nesse cenário, graças à eficácia de seus programas sociais bem estruturados. Ele destaca a importância das transferências de renda condicionais, que não apenas ajudam a combater a fome, mas também melhoram a saúde e a educação das crianças.
Segundo um relatório recente da FAO, a insegurança alimentar severa no Brasil diminuiu de 8,5% para 6,6% no período de 2021 a 2023, representando uma redução significativa de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nesse nível de insegurança alimentar.
Apesar dos impactos negativos da pandemia da Covid-19, que causaram um retrocesso de 15 anos no combate à fome globalmente, a América do Sul conseguiu avançar consideravelmente nesse aspecto. Torero ressalta a importância de aprender com as regiões que obtiveram progresso e enfatiza a necessidade de inovar na forma de financiamento da segurança alimentar, especialmente aumentando os investimentos climáticos nos sistemas agroalimentares.
A pandemia alterou profundamente a dinâmica da luta contra a fome em escala global, e regiões como a América do Sul têm se destacado por sua eficácia na implementação de programas sociais. A transferência de renda tem se mostrado uma prática eficaz na região, contribuindo para uma recuperação mais ágil da fome em comparação com outras partes do mundo.