Uma pesquisa conduzida pela doutora em saúde pública Sandra Fonseca, da Universidade Federal Fluminense (UFF), evidenciou um preocupante aumento na mortalidade materna no Estado do Rio de Janeiro durante a pandemia da Covid-19. Segundo o estudo intitulado “Desigualdades nos Indicadores de Saúde da Mulher e da Criança no Estado do Rio de Janeiro”, a razão de mortalidade materna (RMM) quase dobrou, passando de 61,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2018 para mais de 130 óbitos por 100 mil nascidos vivos no biênio 2020/2021.
Os dados revelaram uma situação ainda mais alarmante entre as mães pretas, que apresentaram uma RMM de 220 no biênio 2020/2021. O estudo apontou que a redução da mortalidade materna no estado do Rio de Janeiro vinha ocorrendo de maneira lenta nos últimos anos, não atingindo a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de alcançar 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.
Durante a pandemia, a Covid-19 substituiu a hipertensão como principal causa de óbitos maternos em 2020 e 2021. A pesquisa ainda destacou que as mulheres pretas foram as mais impactadas, com uma taxa de mortalidade materna muito acima da média, atingindo 226 mortes por 100 mil nascidos vivos.
Para reverter essa desigualdade e diminuir a mortalidade materna, o estudo ressalta a importância de fortalecer o atendimento à saúde durante a gestação, oferecendo um pré-natal de qualidade e um acompanhamento adequado no parto e pós-parto. A pesquisadora Sandra Fonseca enfatizou a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e investir em equipes capacitadas para garantir um acesso equitativo aos cuidados de saúde.
Utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) do Ministério da Saúde, o estudo está sendo realizado em diversas regiões do Rio de Janeiro com o objetivo de analisar e monitorar os indicadores de saúde das mulheres e das crianças.
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