O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou ter recebido uma carta da Associação Internacional de Boxe (IBA) em junho, que continha alegações sobre os resultados de testes de gênero das pugilistas Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan. Segundo a carta, as atletas teriam falhado nos testes, porém estão competindo nos Jogos Olímpicos de Paris com base nas informações de gênero presentes em seus passaportes.
A presença das duas pugilistas nos Jogos tem gerado discussões nas redes sociais, com acusações infundadas de que não seriam mulheres. O COI defendeu as atletas, garantindo que elas não são homens nem transgêneros. Khelif e Lin avançaram para as semifinais em suas respectivas categorias, até 66 kg e até 57 kg.
As relações entre o COI e a IBA têm sido tensas desde 2019, quando o comitê retirou a organização do boxe olímpico da IBA, alegando problemas de credibilidade e governança. Recentemente, o presidente da IBA, Umar Kremlev, fez declarações controversas em relação ao presidente do COI.
A IBA reiterou sua posição de que as atletas não deveriam competir na categoria feminina, destacando que testes de DNA foram realizados para identificar atletas tentando burlar o sistema. A controvérsia sobre gênero veio à tona durante as Olimpíadas, especialmente após a desistência da italiana Carini de sua luta contra Khelif.
Imane Khelif foi aplaudida ao entrar no Paris Arena Norte e, apesar das polêmicas, afirmou que a controvérsia a motivou a lutar com ainda mais determinação. O Comitê Olímpico Argelino também saiu em defesa da atleta, rejeitando as acusações de “mentiras” e “ataques antiéticos”.