Os Estados Unidos reconheceram a vitória de Edmundo González Urrutia na eleição presidencial venezuelana, realizada no último domingo (28). O secretário de Estado americano, Antony Blinken, parabenizou González pela campanha bem-sucedida e pediu que os partidos venezuelanos iniciassem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral e os desejos do povo venezuelano.
Até então, Washington vinha solicitando a apresentação de documentos que comprovassem a declaração de Nicolás Maduro como vencedor da eleição. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, declarou Maduro como vencedor, mas não apresentou os documentos que sustentassem esses números. O governo dos EUA afirmou que a falta de evidências e as irregularidades apontadas retiraram a credibilidade do resultado anunciado pelo CNE.
De acordo com Blinken, mais de 80% das atas eleitorais divulgadas pela oposição indicavam que González era o vencedor da eleição “por uma margem insuperável”. Observadores independentes e pesquisas de boca de urna também apoiaram esse resultado. O secretário de Estado classificou as ameaças feitas por Maduro contra González e a líder da oposição, María Corina Machado, como uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política.
O Brasil, juntamente com outros países aliados, estava em contato com os EUA sobre o tema. O presidente Joe Biden conversou com Lula e, até agora, Brasília vinha cobrando a apresentação das atas, sem declarar qual lado teria saído vencedor. Em uma nota conjunta com os presidentes do México e da Colômbia, o Brasil pediu a divulgação das atas e uma verificação imparcial dos resultados da eleição na Venezuela.