O Tribunal de Contas da União (TCU) está programado para retomar o julgamento sobre o relógio de ouro recebido pelo presidente Lula como presente em 2005. A discussão entre os ministros da corte revela divergências, com um defendendo a permanência do relógio com Lula e outro prevendo sua devolução. O relógio em questão é um Cartier Santos Dumont, avaliado em R$ 60 mil.
O desfecho desse julgamento é aguardado com interesse tanto por apoiadores de Lula quanto por aliados de Jair Bolsonaro, especialmente devido ao potencial de impactar outros processos. Recentemente, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por receber e vender presentes de autoridades estrangeiras sem declará-los à Receita Federal.
A ação que originou o julgamento foi apresentada pelo deputado bolsonarista Sanderson em 2023, solicitando que o TCU avaliasse a situação do relógio recebido por Lula e pedindo sua devolução. O relator do caso, ministro Antônio Anastasia, deve votar pela permanência do relógio com o presidente, baseando-se no argumento de que a resolução do TCU sobre presentes é posterior à data em que o presente foi recebido.
O julgamento, iniciado em março, foi suspenso a pedido do decano Walton Rodrigues para uma análise mais detalhada. Existe a expectativa de que durante o julgamento surjam outras opiniões, inclusive a possibilidade de que tanto Lula quanto Bolsonaro não precisem devolver presentes considerados pessoais.
A composição do TCU inclui ao menos três ministros alinhados a Bolsonaro, e suas posições ainda não estão claras. A decisão tomada pelo tribunal terá um peso significativo, podendo estabelecer um precedente importante para presidentes anteriores e futuros em situações semelhantes.