A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, decidiu permitir a continuação da investigação administrativa envolvendo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em relação à posse de uma offshore no exterior. Essa investigação, que havia sido iniciada pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, havia sido suspensa anteriormente por uma decisão provisória de primeira instância. A defesa de Campos Neto argumentou que ele não deveria ser julgado por uma comissão ligada ao Poder Executivo, alegando que isso violaria a autonomia do Banco Central.
Após a decisão unânime do TRF1, os desembargadores concordaram que os dirigentes de autarquias federais estão sujeitos à supervisão da Comissão de Ética da Presidência. Esta decisão foi tomada em resposta a um pedido da Advocacia-Geral da União. A existência da offshore veio à tona por meio do consórcio internacional de jornalistas investigativos, Pandora Papers. Campos Neto afirmou que encerrou a Cor Assets, sua empresa no exterior, em 2020, 15 meses após assumir o cargo no Banco Central, e declarou que havia informado sua existência à Receita Federal.
A defesa de Campos Neto, representada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti, reforçou que os eventos investigados foram legais, éticos e em conformidade com as normas de conduta pública. Eles enfatizaram que a reabertura da investigação seria redundante, uma vez que órgãos públicos anteriores, incluindo a Procuradoria-Geral da República, já haviam arquivado as investigações anteriores. O desenrolar do caso ainda está em andamento e mais informações podem ser consultadas na fonte original, o Notícias ao Minuto.