Segundo uma pesquisa da Reuters, a expectativa é de que o Banco Central Europeu (BCE) reduza sua taxa de depósito mais duas vezes ainda este ano, em setembro e dezembro. Essa previsão é compartilhada por mais de 80% dos economistas entrevistados, o que representa uma visão mais conservadora em comparação com a expectativa dos mercados, que previam quatro cortes até o final do ano.
Os motivos que justificam essa postura cautelosa do BCE incluem um aumento inesperado na inflação na zona do euro em julho, o alto nível de desemprego e a atividade econômica relativamente estável na região.
De acordo com a pesquisa, 66 dos 81 economistas consultados acreditam que o Conselho do BCE realizará mais dois cortes de 25 pontos-base nas taxas de depósito ainda este ano, em setembro e dezembro, levando a taxa para 3,25%. Alguns analistas preveem apenas mais um corte, enquanto outros projetam três reduções.
Apesar da volatilidade nos mercados financeiros no início de agosto, a maioria dos analistas se mantém firmes em suas previsões. Enquanto nos Estados Unidos os mercados futuros de taxas de juros indicam cortes nas taxas do Federal Reserve, a maioria dos bancos não alterou suas perspectivas para as taxas do BCE.
A pesquisa também aponta que a inflação na zona do euro deve fechar o ano com uma média de 2,4% e não atingirá a meta de 2% do BCE até o segundo semestre de 2025. Prevê-se que o BCE reduza a taxa de juros quatro vezes no próximo ano, chegando a 2,25% no final de 2025.
Quanto ao crescimento econômico, a zona do euro deve apresentar um crescimento médio de 0,7% este ano, com projeções de expansão de 1,3% em 2025 e 1,4% em 2026, de acordo com a pesquisa.