O candidato Pablo Marçal (PRTB) ganhou destaque nos debates eleitorais em São Paulo ao adotar trocas de provocações e insultos para impulsionar seu engajamento nas redes sociais, especialmente no TikTok, de acordo com um estudo realizado pelo Observatório de Conflitos na Internet da Universidade Federal do ABC e pelo Instituto Democracia em Xeque. Embora tenha conquistado um aumento significativo de seguidores e visualizações, especialistas alertam que esse engajamento não necessariamente se traduzirá em votos nas urnas.
Durante os debates televisivos, Marçal conquistou 200 mil seguidores e teve seus vídeos assistidos por 10,8 milhões de pessoas no TikTok, superando os demais concorrentes à Prefeitura. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) ficou em segundo lugar em termos de seguidores e visualizações. Outros candidatos, como Guilherme Boulos (PSOL), Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo), também estiveram ativos nas redes sociais, enquanto o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) teve menor destaque.
A estratégia de Marçal se baseou em conteúdos agressivos e polêmicos, associando seus oponentes a figuras controversas e se apresentando como o candidato mais capacitado para a Prefeitura de São Paulo. No entanto, os especialistas ressaltam que a quantidade de seguidores nem sempre se converte em votos, mencionando o exemplo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que possuía mais seguidores que seu oponente Lula no TikTok, mas foi derrotado nas eleições de 2022.
A pesquisa indicou que a campanha eleitoral no TikTok foi marcada por ataques e polêmicas entre os candidatos, impulsionando o envolvimento do público. Apesar de Tabata Amaral ter se destacado positivamente em um debate, os conteúdos mais agressivos e controversos geraram maior repercussão nas redes sociais.
Em suma, o uso das redes sociais, como o TikTok, se tornou uma ferramenta importante nas campanhas eleitorais, embora seu impacto direto nos resultados eleitorais permaneça incerto. A estratégia de engajamento nas redes sociais pode gerar visibilidade, mas não assegura necessariamente a conquista de votos determinantes nas eleições.