Na Nicarágua, a ditadura de Daniel Ortega e Rosario Murillo fechou abruptamente 1.500 organizações sem fins lucrativos, incluindo a Câmara de Comércio Brasil-Nicarágua, conhecida como Nicabrás. Essa ação é parte de uma série de fechamentos de entidades após a aprovação de uma legislação para controlar essas organizações, sendo o maior número fechado em um único dia. O governo justifica as medidas com base em supostas irregularidades contábeis e anuncia a confiscação dos bens desses grupos, que passam a ser propriedade do Estado.
Entre as organizações fechadas estão grupos que antes eram considerados aliados do governo, como a Associação Amigos de Cuba e ex-combatentes sandinistas. Muitas dessas entidades têm vínculos religiosos, incluindo a Igreja Católica, que tem sido alvo de perseguição pelo governo. Observadores locais apontam que o aumento dos fechamentos reflete a concentração de poder nas mãos de Rosario Murillo, esposa e vice de Ortega.
Estima-se que até agora 5.200 organizações sem fins lucrativos tenham sido fechadas, de um total anterior de 7.600. Além disso, as organizações restantes enfrentarão novas restrições, precisando de aprovação dos ministérios do Interior e das Relações Exteriores para qualquer atividade. Murillo descreveu essas medidas como um fortalecimento das “alianças” das organizações com o Estado.