Pesquisa aponta que 7 em cada 10 trabalhadores autônomos brasileiros preferem emprego com carteira assinada após reforma trabalhista
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre) revelou que, sete anos após a implementação da reforma trabalhista no Brasil, sete em cada dez trabalhadores autônomos desejam um emprego com carteira assinada. A reforma trabalhista, aprovada em julho de 2017 com o intuito de fomentar a informalidade no mercado de trabalho e prometendo a criação de 6 milhões de empregos, alterou mais de cem pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Embora tenha trazido mudanças como a prevalência de acordos entre patrões e empregados sobre a legislação, dificuldades para processar empresas e a opção de parcelamento de direitos como férias, a pesquisa mostrou que o desejo por um emprego formal permanece forte entre os trabalhadores autônomos. Esse anseio é ainda mais evidente entre os autônomos de baixa renda, com 75,6% daqueles que recebem até um salário mínimo preferindo um emprego com carteira assinada.
Os trabalhadores autônomos enfrentam insegurança financeira, com 44% deles recebendo até um salário mínimo e com dificuldades para prever sua renda futura. A maioria dos informais é composta por homens e negros, e a variação de renda entre os autônomos é consideravelmente maior do que entre aqueles com emprego formal.
A insatisfação dos trabalhadores com a reforma trabalhista é evidente na pesquisa, que destaca a preferência por um emprego formal que ofereça benefícios como FGTS, férias e seguro-desemprego. A redução da taxa de desemprego após a pandemia é creditada mais à recuperação econômica do que à reforma trabalhista.
Em síntese, a pesquisa aponta que, apesar das mudanças promovidas pela reforma trabalhista, a maioria dos trabalhadores autônomos no Brasil anseia por um emprego formal que proporcione benefícios e segurança financeira.