Especialistas da Fiocruz alertam para aumento de doenças infecciosas no Rio Grande do Sul após enchentes
Especialistas do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz) emitiram um comunicado técnico apontando o crescimento da incidência de diversas doenças infecciosas na população do Rio Grande do Sul. Dentre as enfermidades destacadas estão as respiratórias (como covid-19, gripes, resfriados e tuberculose), gastrointestinais (hepatite A e diarreia infecciosa), transmitidas por vetores (principalmente a dengue) e leptospirose.
Adicionalmente, os especialistas também chamaram a atenção para o aumento de acidentes envolvendo animais peçonhentos, que podem surgir em residências com a redução das águas após as enchentes.
O pesquisador Diego Xavier, do Observatório de Clima e Saúde, explicou que as regiões dos vales, a região metropolitana de Porto Alegre, a depressão central e o litoral norte do estado historicamente apresentam maior incidência de acidentes com animais peçonhentos. Com o aumento do nível das águas, cresce o risco de acidentes com aranhas e serpentes, assim como a propagação de doenças como leptospirose, diarreias e dengue.
Os especialistas também destacaram a importância de cuidar da saúde mental dos desabrigados, profissionais e voluntários envolvidos nas operações de emergência, devido ao aumento de casos de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade.
O comunicado técnico ressaltou a necessidade de ações coletivas por parte do sistema de saúde para reduzir os riscos para a população, tais como campanhas de vacinação, fornecimento de água potável, instalações sanitárias adequadas nos abrigos, controle de vetores, acesso contínuo a medicamentos e cuidados médicos para doentes crônicos, além de apoio à saúde mental da população.
Fonte: Agencia Brasil