O Exército iniciou uma investigação policial militar para apurar a conduta de quatro coronéis que redigiram uma carta pressionando o Comando do Exército a apoiar um golpe contra a possível eleição de Lula (PT). A sindicância conduzida pelo comandante Tomás Paiva identificou os responsáveis pela redação e assinatura do documento, divulgado em novembro de 2022.
Dos 37 militares envolvidos, quatro foram apontados como os principais responsáveis e estão sendo formalmente investigados por possível crime militar. Os demais foram submetidos a processos disciplinares, resultando em punições que variaram de advertências a detenções, dependendo da gravidade de sua participação.
Os coronéis da ativa Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura, juntamente com os coronéis da reserva Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso, estão no foco do inquérito. Além disso, a sindicância identificou a participação de outros 26 militares de diferentes patentes.
A carta, intitulada “carta dos oficiais da ativa ao Comando do Exército”, visava pressionar o então comandante Marco Antonio Freire Gomes a apoiar um golpe militar. Foi divulgada online em um momento de tensão política no país.
A investigação da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro revelou que o texto da carta foi encaminhado ao tenente-coronel Mauro Cid, na época ajudante de ordens do presidente, antes de sua divulgação. Esse movimento ocorreu em meio a discussões sobre possíveis planos para um golpe orquestrados por Bolsonaro e seus aliados.
A postura golpista de determinados setores militares e seus apoiadores se intensificou nas redes sociais, com ataques direcionados a generais contrários à ideia de uma ruptura democrática. Diante desse cenário, as investigações continuam em andamento para apurar a conduta dos militares envolvidos.