A disputa pela presidência nos Estados Unidos está cada vez mais marcada pela polarização entre homens e mulheres, refletindo divergências em relação aos papéis de gênero e a questões como o direito ao aborto e comentários sexistas feitos por figuras políticas. A candidatura de Kamala Harris fortaleceu o apoio das eleitoras ao Partido Democrata, enquanto Donald Trump mantém sua liderança entre os eleitores masculinos. A diferença de 20 pontos entre os gêneros se amplia ainda mais entre os eleitores mais jovens.
A polarização de gênero na política americana teve início nos anos 1980, intensificando-se durante o mandato de Trump, que abordou questões de gênero de forma controversa. Isso tem favorecido a candidatura de Kamala Harris. Por outro lado, figuras republicanas como J.D. Vance têm utilizado comentários sexistas e estereótipos de gênero para atrair votos masculinos.
A estratégia de Trump e Vance é direcionar seus discursos para conquistar os votos de homens jovens, que são mais suscetíveis a apelos sexistas. Enquanto isso, Kamala Harris optou por não enfatizar explicitamente seu gênero e raça, deixando essa abordagem para seus aliados e adversários. A defesa do direito ao aborto tem sido uma forma indireta de destacar sua identidade.
A diferença na votação por gênero deverá ser significativa em estados-chave, como Arizona e Nevada, devido a questões relacionadas ao aborto. Já em estados como Wisconsin e Pensilvânia, a distância entre os gêneros deverá ser grande por razões econômicas, já que muitos homens acreditam que precisam ser os provedores da família, área em que Trump é melhor avaliado do que os democratas.