Emenda no Senado pode aumentar custos de energia em R$ 24 bilhões para favorecer geradores de energia solar
Uma emenda inesperada adicionada no Senado a um projeto de lei que visa reduzir as emissões de veículos pode acarretar um acréscimo de R$ 24 bilhões nas contas de energia dos brasileiros entre os anos de 2024 e 2045. Essa emenda favorece os geradores de energia solar, retirando a necessidade de apoio financeiro para esses setores.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os consumidores terão que arcar com cerca de R$ 1 bilhão a mais por ano durante duas décadas para beneficiar algumas empresas de geração distribuída. A emenda, conhecida como “jabuti”, foi incluída no projeto de lei do Combustível do Futuro pelo senador Irajá (PSD-TO) e foi encaminhada para a Câmara após a votação.
Essa medida estende o prazo para a conclusão de obras de geradores de distribuição, aumentando o número de projetos que terão isenção total sobre os custos tarifários. A geração distribuída é amplamente utilizada por bancos, redes de varejo e farmácias, porém, o subsídio acaba afetando principalmente os consumidores de baixa renda, que não têm recursos para instalar seus próprios painéis solares.
Esta foi a primeira vez que o lobby do setor conseguiu inserir um “jabuti” no Senado, embora tentativas semelhantes já tenham sido feitas na Câmara. A extensão deste benefício pode resultar em um aumento significativo nos custos de energia para os brasileiros nos próximos anos.