Deputados bolsonaristas adiam votação de projeto de anistia para depois das eleições
Deputados bolsonaristas decidiram adiar a votação do projeto de lei que trata da anistia aos condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, que estava prevista para ocorrer na sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara nesta quarta-feira (11). A presidente da CCJ, Caroline de Toni, informou que o tema será retomado somente em outubro, após as eleições municipais, devido à falta de sessões na Câmara a partir da próxima semana.
A discussão sobre esse projeto ocorre em meio à disputa pela sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados. Durante a sessão do colegiado na terça-feira (10), aliados do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro entraram em confronto.
A aprovação do texto tem sido considerada pelos bolsonaristas como uma condição para o apoio aos postulantes na disputa pela Mesa Diretora. Os líderes Antonio Brito, Elmar Nascimento e Hugo Motta estão entre os candidatos, buscando apoio tanto de Lula quanto de Bolsonaro para fortalecer suas candidaturas.
Na terça-feira, ocorreu um embate entre os grupos de Elmar e Brito contra o de Motta, aliado aos bolsonaristas, em relação à votação do projeto. A sessão foi encerrada após Lira abrir a ordem do dia do plenário da Câmara.
O relator do projeto, deputado Rodrigo Valadares, apresentou um parecer ampliando a proposta e sugerindo o perdão a todos os atos relacionados aos ataques. Valadares lamentou o adiamento da votação, atribuindo-o a uma “manobra do governo, da esquerda e de várias pessoas que têm desejos espúrios”.
Além do projeto de anistia, também estava prevista a análise de um pacote de medidas que visam a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante da obstrução, a discussão da PEC que aborda as decisões monocráticas foi iniciada, mas não foi votada.