Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 25% dos 22,5 mil feridos em conflitos na Faixa de Gaza até 23 de julho têm lesões que exigirão acesso a serviços de reabilitação no presente e nos próximos anos. As lesões graves nos membros são a principal causa dessa demanda, com entre 13.455 e 17.550 feridos enfrentando esse quadro, muitos deles com múltiplas lesões.
Além disso, a OMS registrou entre 3.105 e 4.050 amputações de membros entre os feridos em Gaza, juntamente com um aumento de lesões na medula espinhal, lesões cerebrais traumáticas e queimaduras graves, contribuindo para um número significativo de lesões graves e de longa duração. Essa realidade afeta de forma mais intensa as mulheres e crianças.
A situação é agravada pela precariedade de funcionamento dos hospitais em Gaza, com apenas 17 dos 36 hospitais operando de forma parcial. O centro de reconstrução e reabilitação de membros na região, apoiado pela OMS, foi fechado em dezembro de 2023 devido à falta de recursos e profissionais especializados, que precisaram sair da região por questões de segurança.
Infelizmente, muitas equipes de reabilitação em Gaza foram impactadas, com 39 fisioterapeutas mortos até maio de 2024. Os serviços de reabilitação e próteses hospitalares estão escassos, e a demanda por esses tratamentos é muito superior à oferta existente. A falta de produtos essenciais, como cadeiras de rodas e muletas, representa um desafio adicional devido ao acesso limitado de ajuda humanitária para Gaza.