Presidente do Solidariedade é acusado de desviar R$ 36 milhões de fundos partidário e eleitoral
O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior, é apontado como líder de uma organização criminosa na Operação Fundo no Poço, que investiga o desvio de R$ 36 milhões dos fundos partidário e eleitoral. Ele teve a prisão preventiva decretada e encontra-se foragido. A investigação, iniciada após as eleições de 2022, também abrange familiares do político, suspeitos de serem “testas de ferro” do esquema.
De acordo com as apurações, verificou-se que recursos destinados ao partido foram utilizados para financiar viagens internacionais da família, incluindo destinos como Emirados Árabes, França, República Dominicana, Estados Unidos, México e Itália. O presidente do Solidariedade teria empregado o dinheiro desviado para custear passagens aéreas, hospedagens em hotéis de luxo e cruzeiros.
A Polícia Federal identificou uma transferência de R$ 100 mil para uma empresa de turismo, efetuada dias antes do afastamento do político da direção do partido. As investigações sugerem que Eurípedes buscou garantir recursos para suas viagens ao perceber que poderia perder acesso ao dinheiro do partido.
Além disso, a PF está averiguando se a família possui contas em paraísos fiscais, com destaque para o Panamá, onde as viagens aos Estados Unidos incluíram escalas prolongadas. O juiz Lizandro Garcia Gomes Filho determinou a apreensão dos passaportes dos investigados devido ao risco de fuga, e uma aeronave registrada em nome do PROS foi apreendida durante a operação.
A investigação também aponta para a utilização de candidaturas laranja e contratos falsos com escritórios de advocacia para facilitar os desvios. Até o momento, a defesa dos envolvidos ainda não se pronunciou sobre o caso.