Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações em Recife, foi revelado que aproximadamente 68% dos municípios brasileiros estão enfrentando riscos altos ou muito altos de poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil. Esse cenário preocupa a consultora em imunizações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Franciele Fontana, que ressaltou a importância da vacinação para evitar a reintrodução do vírus no país.
O Brasil foi classificado em risco muito alto para a doença em 2022 pela Comissão Regional de Certificação para a Erradicação da Pólio na Região das Américas, ao lado do Haiti e da República Dominicana. As taxas de cobertura vacinal contra a pólio têm diminuído nos últimos anos, atingindo 77,19% em 2022 e aumentando para 84,63% em 2023, ainda abaixo da meta de 95%.
Diante desse quadro preocupante, a comissão emitiu recomendações ao Brasil, incluindo a investigação das causas para as baixas coberturas vacinais, a priorização da imunização em municípios de alto risco, a implementação de estratégias para promover a vacinação e a realização de simulações para preparar os serviços de saúde para possíveis surtos da doença. É crucial que todos os setores estejam preparados para lidar de forma eficaz com eventuais casos de poliomielite.