Municípios afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho receberão mosquitos geneticamente modificados
A partir de janeiro de 2025, cidades localizadas às margens do Rio Paraopeba e impactadas pelo desastre da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, serão contempladas com a introdução de mosquitos geneticamente modificados para combater doenças como dengue, zika e chikungunya. Esse projeto, conhecido como método Wolbachia, será implantado em parceria com a renomada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) até dezembro de 2029.
O método em questão envolve a liberação de mosquitos que carregam a bactéria Wolbachia, os quais se reproduzem com os mosquitos Aedes aegypti locais, gerando uma nova linhagem de insetos que não transmitem as arboviroses. Essa iniciativa tem como propósito ajudar a mitigar os prejuízos causados pelo colapso da barragem da empresa mineradora Vale.
Estudos conduzidos em outras nações indicam que o método Wolbachia foi capaz de reduzir de forma significativa os casos de dengue, zika e chikungunya. No Brasil, o projeto já obteve êxito em cidades como Niterói, onde resultou numa diminuição de 69% nos casos de dengue e de 60% nos de chikungunya. Em Petrolina, Pernambuco, a distribuição de ovos contaminados com a bactéria também se mostrou eficaz, oferecendo uma cobertura adequada para assegurar a proteção.
Entretanto, é importante ressaltar que o método Wolbachia deve ser encarado como uma estratégia complementar no combate às arboviroses, não devendo substituir medidas como a vacinação e práticas individuais de prevenção. Mais de 80 municípios já manifestaram interesse em aderir a essa parceria visando a proteção contra essas enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti.