A Universidade Federal Fluminense (UFF) foi a primeira instituição federal de ensino superior do Rio de Janeiro a aprovar cotas para pessoas trans em seus cursos de graduação. A decisão, tomada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão em 19 de novembro, destina 2% das vagas dos cursos de graduação a partir de 2025 para estudantes trans, beneficiando mais de 300 pessoas no primeiro ano da política de ação afirmativa.
A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Alessandra Siqueira Barreto, destacou que a implementação das cotas foi fruto da participação ativa dos estudantes e de diálogos com a administração da universidade. Além disso, a UFF também ampliou as vagas reservadas para estudantes trans na pós-graduação, garantindo ao menos uma vaga em todos os programas a partir do próximo ano.
Com sede em Niterói, no Rio de Janeiro, a UFF possui cerca de 66 mil alunos e nove campi no estado. Além das cotas, a instituição estabelecerá uma banca de heteroidentificação para auxiliar no processo de ação afirmativa, atendendo a solicitações de grupos organizados. A universidade também se compromete a oferecer suporte aos cotistas trans para assegurar sua permanência e sucesso acadêmico, incluindo protocolos de permanência estudantil.
Outras universidades federais também estão discutindo a implementação de cotas para estudantes trans, como a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Atualmente, pelo menos 12 instituições de ensino federais já adotam políticas de cotas para a população trans. A Lei 14.723/23 estabelece a reserva de vagas para diversos grupos, incluindo pessoas pretas, pardas, indígenas, quilombolas, com deficiência, e aqueles que estudaram em escolas públicas.