Líderes da indústria expressam preocupações sobre possível acordo de livre comércio entre Mercosul e China
A Coalizão Indústria manifestou preocupações em relação a possíveis negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a China. Líderes industriais destacaram os impactos negativos que a invasão de produtos chineses já está causando nos investimentos planejados no valor de R$ 825,8 bilhões. O presidente da Abit, Fernando Valente Pimentel, alertou que um eventual acordo com a China poderia representar um desastre para o setor.
Enquanto o Uruguai, atual presidente pro tempore do Mercosul, defende um tratado de livre comércio com a China, as lideranças da indústria brasileira estão preocupadas com a possibilidade de concorrência desleal. José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast, ressaltou que a economia brasileira já está saturada e que a entrada em massa de produtos chineses poderia prejudicar ainda mais o setor industrial.
Para Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão Indústria, as importações chinesas em certos mercados são consideradas predatórias, fruto de uma estratégia estatal para escoar a capacidade ociosa a preços reduzidos. Ele enfatizou que, sem um acordo, os investimentos planejados poderiam ser interrompidos.
Os representantes da indústria automotiva também se posicionaram contrários a um acordo com a China, destacando a atual transição tecnológica em curso e os significativos investimentos necessários. As montadoras defendem a aplicação do imposto integral sobre carros importados da China.
Diante dessas preocupações, a Coalizão Indústria solicita cautela nas negociações entre Mercosul e China, enfatizando os riscos para a indústria nacional.