De acordo com informações da Peic divulgadas pela CNC nesta quinta-feira, 3, o endividamento das famílias registrou a terceira queda consecutiva em setembro. Porém, o número de dívidas em atraso aumentou, trazendo dificuldades de pagamento para muitos lares.
O percentual de famílias com dívidas a vencer diminuiu para 77,2% em setembro de 2024, em comparação com os índices de agosto (78%) e setembro de 2023 (77,4%). A pesquisa apontou que as famílias de maior renda e os homens foram os mais afetados, com as mulheres apresentando redução de 0,8 ponto percentual em relação ao mês anterior e os homens de 0,7 ponto percentual.
As projeções indicam que o endividamento das famílias pode voltar a subir no último trimestre de 2024, devido às despesas de fim de ano e ao impacto das altas taxas de juros. O percentual de famílias endividadas poderá atingir 78,6% até dezembro de 2024, com o índice de famílias com dívidas em atraso podendo alcançar 29,4%, tornando o cenário financeiro desafiador nos próximos meses.
Apesar da redução no endividamento total, observou-se um aumento no percentual de famílias com dívidas em atraso, chegando a 29%, interrompendo três meses de estabilidade. Além disso, o número de famílias incapazes de pagar as dívidas atrasadas aumentou para 12,4%, o maior índice desde novembro de 2023.
O cartão de crédito permanece como o principal meio de pagamento entre as famílias endividadas, sendo usado por 30% delas para adquirir itens como alimentos, roupas e calçados. Apesar da relevância do crédito para alavancar o varejo, as altas taxas de juros têm dificultado o acesso ao crédito, tanto para consumidores quanto para empresas.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, ressaltou que a queda no endividamento e o crescimento da inadimplência refletem as dificuldades enfrentadas pelas famílias para gerir suas dívidas, especialmente devido aos juros elevados e à complexidade de quitar as contas em atraso.