Professores e estudantes da rede pública do estado de São Paulo têm expressado insatisfação em relação ao sistema de plataformas digitais adotado para as aulas. Desde o ano passado, a Secretaria Estadual de Educação firmou contratos com diversos aplicativos educacionais.
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), não houve um diálogo prévio com as comunidades escolares para a implementação do sistema, que exige que os alunos realizem uma quantidade mínima de tarefas nas plataformas digitais e que os educadores utilizem esses conteúdos em sala de aula.
As queixas levaram o Apeoesp a convocar uma mobilização na semana passada contra o uso dos aplicativos. Os professores que aderiram ao movimento passaram uma semana apenas registrando a chamada no sistema digital, conforme exigido, mas ministrando as aulas com os conteúdos que consideravam mais adequados para cada disciplina. Uma nova assembleia da categoria está marcada para esta sexta-feira (24).
A pressão para o uso das plataformas, uma vez que o tempo de acesso influencia diretamente nas avaliações, é uma das principais reclamações de estudantes e professores. Além disso, a qualidade do material disponibilizado também tem sido questionada, com relatos de erros grosseiros de informação e limitações na correção automática de redações.
Os contratos firmados pela Secretaria de Educação envolvem tanto doações de plataformas por empresas quanto a aquisição de outras, totalizando valores significativos. Para alguns críticos, a obrigação do uso dessas plataformas estaria atrelada à motivação financeira por trás das aquisições de equipamentos eletrônicos.
Apesar das críticas, a Secretaria de Educação defende o uso das plataformas digitais como recursos tecnológicos que agregam na produção pedagógica em sala de aula e visam aprimorar as habilidades dos estudantes, promovendo o avanço nos índices educacionais de São Paulo.
Entidades ligadas à área de educação lançaram uma nota contra a forma como a tecnologia está sendo implementada nas escolas, destacando a importância de uma discussão ampla e contextualizada para que a inovação tecnológica contribua efetivamente para a melhoria da qualidade educacional e a valorização dos profissionais de educação.
A mobilização dos professores contra o uso obrigatório das plataformas também reflete a preocupação com a pressão exercida sobre os profissionais e a possibilidade de remoção ou demissão daqueles que não se adequem ao sistema de ensino digital. A redução do número de professores efetivos na rede estadual paulista nos últimos anos também é um ponto de alerta.
Para mais detalhes, acesse a notícia na íntegra no site da Agência Brasil: [Fonte Agencia Brasil](https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2024-05/sp-comunidade-escolar-reclama-de-imposicao-de-plataforma-digital){:target=”_blank”}.