Dois laureados com o Prêmio Nobel de Economia, James A. Robinson e Daron Acemoglu, recentemente compartilharam suas visões sobre a história e a situação econômica do Brasil. Em uma entrevista concedida ao Estadão em 2022, Robinson destacou que o Brasil não conseguiu fazer a transição de instituições extrativistas para instituições inclusivas, resultando em uma sociedade e um Estado frágeis – conceitos abordados em seu livro “O Corredor Estreito”. Ele ressaltou a importância de aprimorar a transparência e combater a corrupção para que o Estado funcione de maneira mais eficiente.
Por outro lado, Acemoglu, em uma entrevista à revista Veja em 2023, enfatizou a relevância dos programas de distribuição de renda, como os implementados por Lula, mas salientou que as políticas econômicas para reduzir as desigualdades não devem se limitar apenas a transferências diretas de renda. Ele sugeriu que o foco deveria ser na criação de oportunidades para diferentes níveis de habilidade no mercado de trabalho. Acemoglu também alertou para os efeitos negativos da corrupção na confiança da democracia brasileira e enfatizou a necessidade de combater tanto a desigualdade quanto a corrupção para assegurar o bom funcionamento do sistema democrático.
Adicionalmente, Acemoglu destacou o papel crucial que o Brasil e outras economias emergentes exercem na resistência à supremacia de países como China e Estados Unidos. Essas perspectivas refletem uma preocupação com a situação econômica e política do Brasil e indicam possíveis abordagens para enfrentar desafios como a desigualdade e a corrupção.