Oito ex-executivos da Lojas Americanas foram acusados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de insider trading, o uso indevido de informação privilegiada no mercado de capitais. A investigação da CVM concluiu que os ex-executivos negociaram ações da empresa antes da divulgação das “inconsistências contábeis” em janeiro de 2023. Dentre os acusados estão o ex-CEO Miguel Gutierrez e outros ex-diretores da empresa.
Os acusados terão a oportunidade de se defender das acusações. A CVM apontou que as ações dos ex-executivos violaram a lei e as regras do mercado de capitais que proíbem o uso de informações privilegiadas. As acusações surgem em meio ao escândalo contábil que resultou em um rombo de mais de R$ 25 bilhões e na recuperação judicial da empresa em 2023. Além disso, a Polícia Federal e o Ministério Público também estão investigando o caso.
Executivos de escalões inferiores também foram denunciados. A CVM informou que está conduzindo duas investigações, dois processos administrativos sancionadores e 10 processos administrativos em andamento relacionados ao caso. A comissão ressaltou que, caso haja infrações formalmente comprovadas, os responsáveis serão responsabilizados conforme a lei.
As investigações da CVM revelaram um aumento nas vendas de ações da empresa após a divulgação das inconsistências contábeis. Relatórios da PF indicam que a direção da empresa manipulava informações e apresentava dados fraudulentos ao mercado. As provas obtidas incluem trocas de e-mails, mensagens e planilhas, provenientes de delações premiadas e quebras de sigilos dos envolvidos.
A CVM destacou seu compromisso em aplicar a lei com rigor e responsabilizar os envolvidos, caso as infrações sejam comprovadas. A investigação está em andamento, enquanto os acusados se preparam para apresentar suas defesas.