Durante o IX Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, em Curitiba, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que escolherá uma deputada mulher, com perfil centro e moderado, para ser a relatora do projeto de lei que propõe equiparar ao crime de homicídio o aborto realizado após 22 semanas de gestação e com viabilidade do feto, incluindo nos casos de estupro. Lira destacou a importância de representar diferentes correntes de pensamento no debate e minimizou a controvérsia em torno da votação simbólica da urgência do projeto.
Ele mencionou a possibilidade de a relatora fazer alterações no texto atual, que prevê penas de 6 a 20 anos de reclusão para o aborto após 22 semanas de gestação. Lira enfatizou que, apesar de reconhecer a importância do debate, o Congresso não deve legalizar o aborto de forma geral nem aumentar as penas. Ele ressaltou que o projeto é mais um ponto de conflito entre a ala conservadora do Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
O presidente da Câmara considerou a sensibilidade do assunto e a necessidade de conciliar as diferentes posições, levando em conta o Conselho Federal de Medicina e as decisões do STF. Ele concluiu que a nova redação do projeto, para ser aprovada, deve equilibrar essas instâncias e considerar as circunstâncias envolvidas, demonstrando sensibilidade em relação às mulheres e suas relações com o Estado.