No decorrer dos primeiros nove meses de 2024, o Banco Central aprovou aproximadamente 33% dos pedidos de devolução de valores transferidos via Pix devido a suspeitas de fraude, resultando em 1,13 milhão de restituições de um total de 3,56 milhões de solicitações. O Mecanismo Especial de Devolução conseguiu recuperar R$ 392,7 milhões nesse período, o que representa um aumento de 47,6% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, aproximadamente R$ 4,4 bilhões não foram reembolsados, deixando muitas vítimas sem compensação. De acordo com informações divulgadas pelo EXTRA, os golpes têm afetado principalmente os usuários menos familiarizados com transações digitais, tornando-os alvos fáceis.
Pedro Sanches, especialista em Direito Digital, salientou que a crescente utilização do Pix, juntamente com a complexidade das fraudes, tende a piorar a situação. O Banco Central pretende introduzir melhorias no sistema de devolução até 2026, a fim de rastrear transferências fraudulentas em transações subsequentes e impedir que os criminosos ocultem o dinheiro em diferentes contas.
Além disso, a Federação Brasileira de Bancos está implementando medidas adicionais de segurança para combater as fraudes. As atualizações no sistema têm como objetivo dificultar a ação dos golpistas, abrangendo mais camadas de transações. Em situações de falhas operacionais, como transferências duplicadas, o Banco Central já reembolsou mais de R$ 40,7 milhões aos usuários.
Diversas instituições financeiras e fabricantes de celulares estão fortalecendo seus serviços de proteção digital para garantir a segurança dos usuários. Bancos como Bradesco e Itaú oferecem sistemas de alerta e análise de transações suspeitas, enquanto empresas de tecnologia como Motorola e Xiaomi disponibilizam aplicativos que bloqueiam acessos não autorizados. O Banco Central também incentiva as vítimas a registrarem boletins de ocorrência para auxiliar nas investigações de fraudes.