Uruguai encara desafios com violência e narcotráfico antes das eleições
Montevidéu – A insegurança e o avanço do narcotráfico têm se tornado preocupações para os habitantes do Uruguai às vésperas das eleições. Embora os índices de violência estejam abaixo dos registrados em outros países vizinhos, a questão da segurança pública tem ganhado destaque.
Um plebiscito está sendo organizado para alterar a Constituição e permitir que a polícia realize invasões de residências durante a noite, mediante autorização judicial. Especialistas levantam preocupações sobre possíveis violações de direitos com essa proposta, que visa combater a criminalidade ligada ao tráfico de drogas.
O porto de Montevidéu é considerado um ponto vulnerável devido à falta de fiscalização, sendo usado para o transporte de drogas da América Latina para a Europa. Além disso, a fronteira com o Brasil também é motivo de preocupação, especialmente em Rivera, onde pequenos grupos atuam em nome de grandes facções como o PCC e o Comando Vermelho.
A violência nas fronteiras reflete-se nos bairros periféricos, com um aumento da criminalidade e disputas entre grupos. Embora as taxas de homicídios sejam menores do que as do Brasil, ainda são preocupantes.
Os candidatos à presidência apresentam propostas semelhantes para lidar com a segurança pública, que incluem mais vigilância, patrulhamento e coordenação nas fronteiras. A insatisfação popular com a questão da segurança está em ascensão, destacando a importância do tema nas eleições.
O partido Cabildo Aberto, liderado pelo ex-militar Guido Manini Ríos, destaca-se por uma postura firme contra o crime. Embora não se espere um resultado expressivo para o partido nas eleições, o debate em torno do plebiscito para invasões residenciais noturnas ressalta a urgência de resolver os desafios de segurança do país.