O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, abordou a questão da falta de representatividade de pessoas negras na magistratura brasileira em uma declaração feita nesta terça-feira (5). Ele destacou que a maioria dos magistrados é branca, evidenciando a carência de diversidade no Poder Judiciário.
Barroso anunciou que o CNJ, em parceria com empresas privadas, garantiu 750 bolsas de estudo para candidatos negros que se destacarem no Exame Nacional da Magistratura (Enam), um investimento de aproximadamente R$ 7 milhões com esse intuito.
O ministro ressaltou que o Judiciário reflete as desigualdades históricas que excluem pessoas negras e que a cor da pele tem um impacto significativo no comportamento e na acessibilidade das pessoas em diferentes ambientes, inclusive nos espaços de poder. Ele enfatizou a importância de combater o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.
Barroso também mencionou que houve progressos na conscientização da sociedade em relação à questão racial nas últimas décadas, porém sublinhou que ainda há um longo caminho a percorrer para superar o racismo estrutural. Nesse contexto, o CNJ concedeu o Prêmio Equidade Racial do Poder Judiciário, reconhecendo as iniciativas antirracistas implementadas pelos tribunais do país.