De acordo com profissionais do mercado, a alta de 50 pontos-base da taxa básica Selic, que era amplamente esperada, e o comunicado do Banco Central sobre a decisão, não devem ter um impacto significativo na curva de juros brasileira nesta quinta-feira.
Os desdobramentos da vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o pacote fiscal e a decisão do Federal Reserve sobre juros na tarde de quinta-feira são considerados fatores mais relevantes para o mercado de Depósitos Interfinanceiros (DIs).
Segundo Flavio Serrano, economista-chefe do banco Bmg, a mensagem do Copom foi semelhante à reunião anterior, indicando que não são esperadas grandes mudanças no cenário. A expectativa é de que o Copom aumente a Selic em 50 pontos-base em dezembro, mas há a possibilidade de acelerar o processo dependendo do cenário econômico.
Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos da The Hill Capital, considera o tom do comunicado do Copom como neutro e acredita que o mercado já precificou essa decisão. Mayara Rodrigues, analista de Renda Fixa na XP, também destaca que a estratégia de renda fixa já estava alinhada com a elevação da taxa de meio ponto percentual.
Em relação à curva de juros, espera-se que não haja muita volatilidade no curto prazo, mas é importante monitorar o pacote de despesas que será divulgado nos próximos dias, pois isso pode influenciar os vencimentos mais longos da curva.
O presidente Lula evitou adiantar medidas fiscais do governo, afirmando que o pacote ainda está em discussão. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não comentou a decisão do BC, alegando não ter tido tempo para ler o comunicado.
Na quarta-feira, as taxas dos DIs de longo prazo e o dólar fecharam em queda no Brasil, com os investidores aguardando as medidas fiscais do governo.