Advogados citados em suspeitas de vendas de decisões judiciais atuaram em mais de 200 processos no STJ
Advogados mencionados como intermediários ou operadores nas suspeitas de vendas de decisões judiciais estiveram envolvidos em mais de 200 processos que foram apreciados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) nos últimos anos. Até o momento, não foram encontradas evidências de irregularidades nos julgamentos desses processos no STJ, porém o tribunal informou que está coletando informações e conduzindo investigações internas.
Os advogados foram mencionados em um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que resultou no afastamento de dois desembargadores de Mato Grosso em agosto e em uma investigação da Polícia Federal que culminou no afastamento de cinco desembargadores de Mato Grosso do Sul no final de outubro.
Recentemente, as investigações também apontaram suspeitas de vendas de decisões em gabinetes do próprio STJ, e essas foram encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde estão em andamento sob sigilo, com o ministro Cristiano Zanin atuando como relator.
Um dos advogados mencionados é Rodrigo Vechiato da Silveira, que atuou como assessor do desembargador Sebastião de Moraes Filho, de Mato Grosso, até 2019. Após sair do gabinete de Sebastião, Vechiato passou a atuar como intermediário do magistrado, facilitando negociações suspeitas entre o advogado Roberto Zampieri e o gabinete do desembargador.
Além disso, Felix Jayme Nunes da Cunha, outro advogado envolvido em suspeitas, é apontado como um dos principais alvos das investigações em Mato Grosso do Sul, relacionadas a um esquema de venda de decisões judiciais. Jayme tem aproximadamente 200 processos em que atuou como advogado no STJ, incluindo um processo sob investigação por suspeitas de pagamentos a desembargadores do TJ-MS, em um caso envolvendo uma disputa por um imóvel rural.
Essas investigações ressaltam a seriedade das suspeitas de corrupção no sistema judiciário, e as autoridades competentes estão conduzindo as investigações para esclarecer os fatos e punir os envolvidos de maneira exemplar.