O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, em entrevista à Folha de S.Paulo, ressaltou a urgência de o governo agir de forma rápida para cortar despesas e assegurar a sustentabilidade fiscal a longo prazo. Ele enfatizou a necessidade de medidas que reduzam os gastos em 2025 e tornem o arcabouço fiscal mais sustentável no futuro, alertando sobre possíveis impactos negativos no mercado caso não sejam implementadas ações, como a perda de investimentos e oportunidades desperdiçadas.
Campos Neto destacou a importância de cortes estruturais nos gastos, abordando questões como indexação e vinculação, e mencionou que medidas menos rígidas do que o esperado não devem ocasionar um aumento significativo das taxas de juros.
Além disso, o presidente do Banco Central comentou sobre questões econômicas globais, salientando que o Brasil é menos afetado do que outras economias emergentes pelas políticas de Donald Trump. Ele defendeu as reformas estruturais realizadas durante sua gestão, como a reforma trabalhista do governo Temer, que contribuiu para a redução do desemprego.
Campos Neto também abordou os desafios enfrentados durante a pandemia em relação às metas de inflação, mencionando que a inflação no Brasil foi uma das primeiras a diminuir e que o cenário global pós-pandemia apresenta desafios para todos os bancos centrais.
Por fim, o presidente do Banco Central criticou projetos como a jornada de trabalho 6×1, considerando-os um retrocesso nas conquistas do mercado de trabalho.