O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou, de maneira unânime, por manter a taxa básica de juros, Selic, em 10,50% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes. Essa decisão era largamente prevista pelo mercado, em virtude do impasse do governo quanto à condução da política fiscal e do crescimento das perspectivas de inflação.
Após uma reunião tumultuada em maio, na qual diretores indicados por gestões anteriores votaram de maneira divergente, suscitando suspeitas de divergências políticas no seio do Copom, a decisão unânime desta vez foi bem recebida pelo mercado. As críticas feitas pelo presidente Lula ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, geraram tensão antes da resolução.
O Copom asseverou que seguirá vigilante e que a política monetária permanecerá contracionista, com o intuito de desinflação e controle das expectativas de inflação. O Brasil ainda mantém uma das maiores taxas de juros reais no mundo, ficando atrás somente da Rússia, o que impacta a economia do país.