O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, reconheceu que enfrentou desgaste ao tentar acelerar a tramitação do projeto de lei Antiaborto por Estupro e, como resultado, decidiu deixar de lado temporariamente propostas controversas na Casa. Entre elas estão a proibição de delações premiadas de presos e a anistia a partidos políticos, que serão adiadas para análise posterior, provavelmente no segundo semestre.
O foco de Lira agora é concentrar esforços na aprovação da regulamentação da reforma tributária antes do recesso parlamentar, previsto para iniciar em 18 de julho. Os relatórios dos grupos de trabalho encarregados de analisar as propostas da reforma tributária devem ser apresentados na primeira semana de julho, para serem votados na semana seguinte. Lira tem buscado se posicionar como defensor da reforma tributária.
Após a repercussão negativa do projeto de lei Antiaborto por Estupro, Lira anunciou a criação de uma comissão para debater a matéria, que atuará no próximo semestre. Ele recuou diante das críticas e da falta de apoio no Senado, onde o projeto também precisaria ser aprovado. Manifestações contrárias à proposta foram organizadas, direcionando críticas a Lira.
A postura de adiar projetos polêmicos reflete a preocupação de Lira em não assumir sozinho a responsabilidade por pautas controversas. Embora cobrado por líderes partidários para acelerar a aprovação de projetos, o presidente da Câmara tem adotado uma abordagem mais cautelosa diante do cenário atual, priorizando a economia e a reforma tributária antes do recesso parlamentar.