O ex-presidente Lula e o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, foram multados por propaganda eleitoral antecipada. A decisão foi tomada pelo juiz eleitoral Paulo Sorci, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, que determinou que Lula pague R$ 20 mil e Boulos pague R$ 15 mil. A condenação veio após um evento do 1º de Maio em que Lula pediu votos para Boulos na corrida pela prefeitura da capital paulista.
A multa foi imposta a pedido dos partidos Novo, MDB, PP e PSDB, que levantaram questões sobre o uso da máquina pública em benefício do pré-candidato do campo governista e possível abuso de poder político. A pré-candidata Marina Helena, do Novo, considerou o valor das multas baixo em comparação com o benefício eleitoral recebido por Boulos.
A propaganda eleitoral antecipada é proibida pela legislação eleitoral e só será permitida após o dia 16 de agosto, quando as candidaturas estiverem registradas na Justiça Eleitoral. A multa para esse tipo de infração varia de R$ 5.000 a R$ 25 mil.
O evento do 1º de Maio foi organizado por uma produtora ligada a filiados do PT e recebeu verbas da Petrobras via Lei Rouanet. Além das multas, a Justiça determinou a exclusão do vídeo com a fala de Lula do canal oficial no YouTube. Boulos e seus apoiadores alegam que o evento não foi oficial do governo e criticaram o uso da máquina pública para propaganda irregular.
Boulos busca nacionalizar a disputa eleitoral e se aproximar da imagem de Lula para enfrentar o atual prefeito, Ricardo Nunes, que é apoiado por Jair Bolsonaro e possui alta rejeição na capital paulista. Pesquisas indicam Boulos e Nunes empatados tecnicamente nas intenções de voto.
Apesar das críticas e da multa, aliados de Boulos acreditam que a estratégia de se associar a Lula pode trazer mais benefícios eleitorais do que prejuízos. Já o apoio de Lula e de Bolsonaro pode influenciar significativamente os eleitores, segundo levantamento do Datafolha.