A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) divulgou que as grandes redes de farmácias do Brasil, que representam 10% das empresas do setor e detêm cerca de 50% do mercado, registraram um aumento de 15,8% no faturamento da venda de genéricos entre janeiro e abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Esse crescimento superou o reajuste máximo de 5,6% que os medicamentos tiveram no ano passado, evidenciando uma maior concentração nas vendas realizadas pelas grandes redes.
O presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, apontou que a indústria farmacêutica enfrenta dificuldades na oferta de medicamentos, levando as grandes redes a firmarem acordos comerciais antecipados para garantir o abastecimento, sendo que apenas aproximadamente 70% do solicitado efetivamente chega às prateleiras das farmácias.
A escassez de produtos afeta principalmente as redes menores, que enfrentam desafios na oferta de medicamentos. Entre janeiro e abril, a receita com a comercialização de genéricos atingiu R$ 3,88 bilhões, seguindo a tendência de crescimento dos anos anteriores. Em 2023, as vendas de genéricos ultrapassaram pela primeira vez a marca de R$ 10 bilhões, com um aumento de 15,6% em relação a 2022.
A venda de genéricos tem se destacado no setor de farmácias devido ao preço mais acessível ao consumidor. A alta demanda por medicamentos em geral e a escassez de produção interna de princípios ativos têm contribuído para a preferência das grandes redes pelos genéricos, que possibilitam acordos comerciais mais vantajosos. Por outro lado, as redes independentes enfrentam maiores obstáculos de abastecimento, resultando no fechamento de um número significativo desses estabelecimentos nos últimos anos.