Um estudo conduzido pelo pesquisador Rogério Nagamine, ex-secretário do RGPS, revelou que em 96 municípios brasileiros, o número de aposentadorias por idade concedidas pelo INSS supera a população idosa. Essa descoberta levanta preocupações sobre possíveis inconsistências nos dados, já que teoricamente o número de aposentados por idade deveria ser inferior à população idosa, uma vez que nem todos os cidadãos contribuem para a Previdência Social.
O levantamento apontou que em localidades como Paulistana (PI), São Raimundo Nonato (PI) e São João do Piauí (PI), o volume de aposentados por idade excede em mais de 100% o número de elegíveis para esse tipo de benefício. Essas disparidades são mais frequentes em municípios do interior do Maranhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia.
Uma das possíveis explicações para essas inconsistências levantadas pelo pesquisador é a concessão de aposentadorias rurais a beneficiários que já não exercem mais essa atividade. O Ministério da Previdência Social também sugere que o local de pagamento do benefício pode não coincidir necessariamente com a residência do beneficiário, o que poderia explicar as diferenças nos dados.
Essa análise dos dados é significativa em um contexto de aumento dos gastos previdenciários, o que tem levado o governo a planejar revisões nos benefícios concedidos, visando economias substanciais. A revisão dos benefícios por incapacidade temporária e permanente, assim como do Benefício de Prestação Continuada, são algumas das medidas que o governo pretende adotar para diminuir despesas consideradas inadequadas.