O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem sido alvo de críticas pela aprovação da urgência do projeto de lei Antiaborto por Estupro, em uma situação que lembra a polêmica envolvendo seu antecessor, Eduardo Cunha. Ambos fazem parte do centrão e foram responsáveis por pautar retrocessos na questão do aborto legal, o que tem desencadeado reações da sociedade civil.
Em 2015, Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, enfrentou manifestações contrárias devido a um projeto que abordava a assistência a vítimas de abuso sexual, com mudanças que poderiam dificultar o acesso à pílula do dia seguinte. Cunha se defendeu na época, alegando não ser o único responsável pelo texto e pelas tramitações.
Arthur Lira, que fez parte do grupo liderado por Cunha em 2015, assumiu a presidência da Câmara em 2021, colocando novamente o centrão no comando da Casa. Recentemente, ele conduziu a votação de urgência de um projeto que prevê aumento da pena para quem realiza aborto após 22 semanas de gestação, igualando a punição à de homicídio simples.
Assim como Cunha, Lira também se queixou das críticas que recebeu, considerando-as infundadas e de cunho pessoal. No entanto, a diferença entre os dois é que Cunha era um dos autores do projeto, enquanto Lira não teve participação direta nesse sentido.
O autor do projeto em questão é o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tido como porta-voz do pastor Silas Malafaia na Câmara e um dos principais herdeiros políticos de Eduardo Cunha. A tramitação e aprovação desse projeto têm gerado controvérsias e mobilizado a sociedade civil, de forma semelhante ao que ocorreu no passado com o projeto articulado por Cunha.