A última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou a postura de vigilância em relação à gestão da taxa Selic, indicando que ajustes futuros serão determinados pelo compromisso firme com a convergência da inflação à meta. O Copom decidiu de forma unânime interromper o ciclo de cortes e manter a taxa básica de juros em 10,5%.
Segundo a ata, não há indicações claras sobre futuras decisões, e o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, destacou que não há sinalização clara sobre o direcionamento dos juros. O mercado interpreta que, embora não esteja previsto um aumento da taxa no momento, também não são esperados novos cortes a curto prazo.
O Banco Central elevou a estimativa para a taxa de juros real neutra e está atento ao cenário fiscal do país. A incerteza em torno das questões fiscais tem impactado o mercado cambial, com o dólar em alta. A inflação para 2024 está projetada em 4%, e há preocupações quanto à sustentabilidade da dívida pública.
A ata reforçou a importância de uma política fiscal crível e comprometida com a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros. Galípolo esclareceu que a palavra “interrupção” utilizada na ata não implica em uma indicação futura do Copom e que é essencial que cada membro vote de maneira coerente. A unidade de pensamento no colegiado é considerada vital, mas cada membro deve votar de acordo com suas convicções para preservar a qualidade das decisões.