Na quarta-feira (26), ocorreu uma invasão da entrada do palácio presidencial em La Paz, Bolívia, por tanques e soldados do Exército, em um episódio que trouxe à memória as décadas de ditaduras militares na América do Sul. Especialistas em Relações Internacionais apontam que o evento foi mais uma ação isolada do general Juan José Zúñiga do que um golpe bem planejado, sem o apoio significativo de outras forças sociais.
O general, que havia sido demitido um dia antes por ameaçar o ex-presidente Evo Morales, realizou uma tentativa de golpe improvisada e sem respaldo das Forças Armadas. O presidente boliviano, Luis Arce, convocou uma greve geral e recebeu apoio de diversos setores da sociedade, incluindo oposicionistas como Jeanine Añez e Luis Camacho.
A crise na Bolívia também é atribuída a questões estruturais, como a delicada situação econômica do país, afetado pela queda nas exportações de gás natural e baixas reservas internacionais. Além disso, as disputas políticas entre diferentes líderes e partidos contribuem para a instabilidade democrática.
Especialistas ressaltam que o episódio na Bolívia reflete um contexto mais amplo de crise da democracia na América Latina, com o avanço de lideranças de extrema-direita e tentativas de golpe em vários países da região. No entanto, a resposta internacional em defesa da democracia boliviana foi forte, com países da América do Sul e a Organização dos Estados Americanos se manifestando contra a tentativa de golpe.