Nesta sexta-feira, o dólar fechou em alta de 1,50%, atingindo o valor de 5,5907 reais na venda, o maior desde janeiro de 2022. A alta foi impulsionada por tensões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, juntamente com a disputa em torno da taxa Ptax de fim de mês e trimestre.
Durante o dia, a moeda norte-americana chegou a ser cotada a 5,60 reais, devido à pressão dos investidores e às declarações conflitantes de Lula e Campos Neto. Enquanto Lula criticava a política monetária e cambial em entrevista, Campos Neto alertava sobre os impactos de ajustes fiscais focados apenas em ganhos de receita.
Os mercados reagiram de forma negativa à guerra verbal entre os líderes políticos, resultando em resultados abaixo da média para os ativos brasileiros em comparação com outros emergentes. A incerteza em relação à situação fiscal do país e ao futuro do Banco Central também contribuíram para manter o dólar em patamares elevados.
Apesar da pressão, o Banco Central optou por intervir apenas em momentos de disfuncionalidade do mercado cambial, realizando a rolagem dos contratos de swaps durante a manhã, sem intervenções diretas devido à alta do dólar.
No cenário internacional, o dólar teve variação negativa em relação a outras moedas, como o rand sul-africano, peso chileno e peso mexicano. O desempenho do real em comparação com economias semelhantes foi destacado em um evento, ressaltando a rápida desvalorização da moeda brasileira.
Apesar das turbulências no mercado cambial, o dólar encerrou o dia em alta, refletindo a instabilidade política e econômica do país.