Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, sugere que rebelião militar foi um autogolpe fracassado para beneficiar o atual presidente
Em declarações feitas neste sábado (29), o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que está mais convencido de que a recente rebelião militar no país foi, na verdade, um autogolpe fracassado com o objetivo de melhorar a imagem do atual presidente, Luis Arce. Segundo Evo, ele acredita que essa ação foi planejada para favorecer Arce ou, possivelmente, para transferir a Presidência para a junta militar. As declarações de Evo coincidem com as acusações feitas pelo general Juan José Zúñiga, que liderou o golpe frustrado na última quarta-feira (26).
Zúñiga, que foi destituído do cargo após o incidente, alegou que Arce teria arquitetado o autogolpe para aumentar sua popularidade. O governo nega essa versão, afirmando que as declarações de Zúñiga são infundadas. O militar e outros suspeitos envolvidos na rebelião foram detidos e enfrentam acusações de terrorismo e rebelião armada, podendo ser condenados a até 20 anos de prisão.
Após o episódio, Evo Morales comparou a situação econômica atual da Bolívia com a de seu governo e criticou a gestão de Arce, afirmando que a tentativa de rebelião foi uma maneira de desviar a atenção dos problemas enfrentados pelo país. A política boliviana tem passado por turbulências desde as eleições de 2019, que resultaram na renúncia de Evo e na ascensão de Arce. Nos últimos meses, os desentendimentos entre os dois líderes têm gerado divisões no partido MAS (Movimento ao Socialismo).