Equipe econômica busca mudança de postura diante de crise de credibilidade
Diante da crise de credibilidade do governo na gestão das contas públicas e do aumento do dólar, a equipe econômica está buscando uma nova estratégia neste mês, com ênfase na revisão dos gastos federais. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hesitante em relação a essa abordagem, levando a uma série de idas e vindas na política fiscal.
Desde o início do mandato, as decisões políticas e eleitorais têm gerado incertezas, com medidas que enfrentam resistência do empresariado e temores de impopularidade. O ministro Fernando Haddad propôs um plano ambicioso de reequilíbrio baseado no aumento das receitas, mas as dificuldades na implementação resultaram em mudanças na meta fiscal de 2025 e críticas em relação ao pagamento de dividendos da Petrobras.
Haddad tentou manter o foco no reequilíbrio por meio de medidas de arrecadação, porém enfrentou falta de apoio no Congresso e dentro do próprio governo, o que gerou desconfiança do mercado em relação às contas públicas e ao futuro do ministro. Agora, a equipe econômica planeja um corte de gastos em três etapas, com prioridade nos gastos previdenciários e na revisão de benefícios concedidos pelo INSS.
A estratégia inclui medidas mais impactantes para reduzir despesas e menos politicamente sensíveis, além de buscar aumentar as receitas e reduzir as renúncias tributárias. O objetivo é melhorar a relação com o mercado e evitar riscos durante a transição do comando do Banco Central no governo Lula.