O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou que os preços do café canéfora (robusta e conilon) encerraram junho com uma média mensal de 1.214,21 reais a saca de 60 kg no mercado brasileiro, registrando um recorde real desde 2001. Esse valor representou um aumento de 20,6% em relação a maio. O aumento nos preços do café robusta é atribuído às incertezas sobre a oferta global da variedade, influenciadas pelo clima seco no Vietnã, principal produtor de robusta, o que tem impactado os mercados interno e externo.
O Brasil tem se beneficiado da menor oferta do Vietnã, o que tem impulsionado suas exportações. Apesar da colheita acelerada no país, os volumes têm sido menores do que o esperado, mantendo os preços em alta. A colheita de café no Brasil já ultrapassava a metade da safra 2024/25 até o final de junho, enfrentando desafios como grãos de arábica abaixo do peso esperado e quebra de talhões de robusta no norte do Espírito Santo devido ao déficit hídrico durante o desenvolvimento dos grãos.
A expectativa de disponibilidade restrita na Ásia tem impedido a pressão negativa sobre os preços no Brasil. Em junho, os aumentos nos preços do café canéfora foram ainda mais acentuados do que os observados para o café arábica, resultando em renovações diárias de recordes nos indicadores de preço. Em 24 de junho, o Indicador Cepea/Esalq do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, atingiu o maior valor da série histórica, atingindo 1.250,67 reais/saca de 60 kg.
O indicador de preço do café arábica também teve um aumento significativo no acumulado do mês, fechando em 1.370,81 reais/saca de 60 kg. A média mensal do café arábica foi de 1.349,21 reais/saca, quase 15% acima de maio, representando a maior média desde fevereiro de 2022. Todos os dados foram ajustados pelo IGP-DI de maio de 2024.