Na última quinta-feira, 4 de agosto, a Polícia Federal realizou uma operação que teve como um dos principais alvos o ex-prefeito de Duque de Caxias (RJ) e secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB). A operação, chamada Venire, investiga possíveis fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Esta operação, que está em sua segunda fase, já resultou na prisão de seis suspeitos em maio de 2023 e no indiciamento de Bolsonaro em março deste ano. De acordo com as investigações da PF, a adulteração nos registros de aplicação de doses de vacina contra a Covid-19 no ex-presidente teria tido origem na cidade de Duque de Caxias.
A investigação teve início na Controladoria-Geral da União (CGU) e sugere que a falsificação dos dados tinha como objetivo contornar medidas sanitárias durante a pandemia, com o objetivo de facilitar a entrada de Bolsonaro nos Estados Unidos, país que exigia a comprovação da vacinação de estrangeiros.
Um dos presos na primeira fase da operação foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez um acordo de delação premiada. Ele teria sido responsável por imprimir o cartão de vacinação falso do ex-presidente no Palácio da Alvorada.
Durante a segunda fase da operação, Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde de Duque de Caxias, também foi alvo. A investigação aponta que dados fraudulentos foram inseridos no sistema do SUS, indicando que Bolsonaro teria tomado doses da vacina Pfizer na cidade fluminense em datas específicas, o que não foi confirmado pelas autoridades.
Essas informações falsas foram posteriormente retiradas do sistema, mas já haviam sido utilizadas para a emissão de comprovantes de vacinação entregues às autoridades de imigração dos Estados Unidos. Sousa Brecha, ex-secretário de Governo de Duque de Caxias, foi preso durante a primeira fase da operação por seu envolvimento nessas ações fraudulentas.