Levantamento da empresa de meteorologia MetSul indica que atualmente uma grande parte do Brasil está enfrentando níveis de umidade do ar mais baixos do que os registrados no Saara, no norte da África. Em setembro, a umidade relativa do ar em quase todas as regiões do Brasil tem sido excepcionalmente baixa, chegando a valores iguais ou inferiores a 10%. Um caso exemplar é Barretos, onde a umidade do ar atingiu apenas 7%.
Comparando esses dados com os do deserto do Saara, observa-se que as menores umidades registradas na região foram de 36% no Cairo (Egito), 84% em N’Djamena (Chad), 52% em Niamey (Níger), 52% em Argel (Argélia) e 59% em Bamako (Mali). A MetSul fez essa comparação com base em informações de estações de aeroportos localizadas nas capitais dos países do deserto, devido às limitações de monitoramento na região desértica.
Além disso, a empresa utilizou modelos computacionais para confirmar que o deserto do Saara está mais úmido do que o Brasil, o que é considerado incomum. A situação é atribuída a uma massa de ar excepcionalmente seca que está influenciando o Brasil, ocasionando a baixa umidade do ar. Essa condição é agravada pela estiagem prolongada em diversas partes do país, o início precoce da estação seca e a baixa frequência de frentes frias na região central do Brasil.
Esses elementos contribuem para a situação de baixa umidade do ar no Brasil, que se mostra mais severa do que a observada no deserto do Saara.